
De Luiz Gonzaga até os dias atuais
A história do Forró não é das mais fáceis de serem contadas, nem mesmo seus pioneiros sabem dizer exatamente onde ele teve seu início com tanta certeza, mas algumas coisas acabem se transformando em um consenso. A primeira música com "Forró" no nome apareceu em 1950, foi o Forró de Mané Vito e isso também ajuda a explicar a origem do nome Forró, que vem de Forrobodó, como eram chamadas as festas ou bailes populares que aconteciam pelo Nordeste.
Voltando para o Forró de Mané Vito, a música é oficialmente o primeiro Forró da história. Escute abaixo!
E foi a partir desse momento que o Forró começava a passar de um nome para um ritmo, mas os próprios Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira também já explicavam que não eram os criadores do Baião, mas sim responsáveis por adaptar o ritmo ao Nordeste. Veja abaixo!
Apesar de Forró de Mané Vito ser a primeira música com o ritmo no nome, foi só em 1959 que Gonzagão lançou um LP denominando a música como um Forró, foi com a faixa Forró no Escuro.
Vale lembrar que apesar de Forró de Mané Vito ter sido lançada em 1950, Gonzaga já tinha músicas que poderiam ser consideradas como um Forró, assim como outros artistas populares ou não também tocavam pelo Nordeste.
O Forró que Luiz Gonzaga popularizou foi o que nós vimos dos anos 40 até os anos 70, foi só lá que começamos a ver algumas mudanças no ritmo. O pernambucano de Exu-PE influenciou muitos artistas que vieram depois dele, nomes como Alceu Valença, Fágner, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Gilberto Gil, Caetano Veloso e muitos outros revelaram ter muito do Rei do Baião em sua história.
Um dos exemplos vem justamente com Alceu, na música Coração bobo, que era um Forró, mas trazia novos elementos para o estilo.
Outro nome que surgiu como um discípulo de Luiz Gonzaga, mas que trouxe uma evolução para o Forró foi Jorge de Altinho. O também pernambucano, que leva sua cidade natal em seu nome, lançou um CD trazendo os metais para o Forró nos anos 80. Você pode escutar abaixo!
Na época as mudanças feitas já tiveram um grande impacto, mas elas iriam repercutir e ter um alcance ainda maior nos anos 90. Foi nesta década que surgiu uma das bandas que revolucionou o Forró, a Mastruz com Leite. Criada por Emanuel Gurgel, o grupo cearense também trouxe novos elementos para o Forró, assim como uma modernização que acabou se transformando em um movimento durante os anos que vieram a seguir.
Com a Mastruz com Leite o Forró ganhou uma renovação, atingiu novos públicos e retomou um patamar que já não tinha como antes. Além de um sucesso estrondoso, a partir da Mastruz várias outras bandas foram criadas. Nascia ali uma nova época para o Forró, o chamado Forró Eletrônico.
Além dos metais de Jorge de Altinho, guitarra de Alceu e de outros artistas, a Mastruz também adotou alguns instrumentos como teclado. Sobre a temática das músicas, além de falar sobre temas nordestinos, como a vaquejada, eles também adotavam letras mais românticas.
No final dos anos 90 tivemos novamente um movimento que era chamado de Forró Universitário, realizado por bandas como Falamansa, Rastapé e outras. Eles resgataram um pouco do que era o Forró Pé de Serra, mas também incluíram elementos como o violão, dando um tom diferente ao ritmo.
Nos anos 2000 tivemos novamente mudanças no Forró. Surgiram bandas como Saia Rodada, Cavaleiros do Forró, Aviões do Forró e muitas outras. O ritmo se tornava ainda mais dançante e variado, com músicas românticas, Forró de Vaquejada, o Vaneirão ainda mais forte dentro do Forró e um dos principais sucessos da época: As músicas de duplo sentido.
Nessa década nós também vimos uma nova adição que chegou e ficou dentro do Forró. O cantor Felipão, na época a frente da banda Forró Moral, foi um dos responsáveis por popularizar a percussão nas bandas, algo que é usado até os dias de hoje e veio das músicas baianas.
Em 2005 a Saia Rodada ainda estreou o projeto Saia Elétrica, que consistia em bandas de Forró terem um projeto separado de seu show normal, em trios elétricos. Era uma opção para os grupos que ficavam sem muitos shows nos períodos carnavalescos. A aposta deu muito certo, visto que nos anos seguintes era difícil ver alguma banda que não tivesse o seu projeto para trios. Você pode ver a diferença entre o Forró eletrônico e o Forró elétrico abaixo.
Normal
Elétrico
Nos anos seguintes as mudanças foram mais sutis e em lados mais administrativos e estratégicos, como o crescimento da carreira solo iniciado por Wesley Safadão e o fim do ballet nas bandas de Forró.
O Forró atual segue bem diversificado, com todos os estilos citados aqui convivendo juntos. Vale ressaltar que não entramos em outros detalhes e na história de alguns subgêneros do Forró, como a Pisadinha ou Piseiro, como ficou popularmente conhecido o estilo.
Também é importante ressaltar que com o sucesso do Piseiro, as bandas também foram influenciadas e retiraram seus metais, apesar de alguns artistas já ensaiarem uma volta. Em breve nós também iremos falar especificamente sobre a história do Piseiro.
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